Simples alterações na alimentação podem aumentar as chances de engravidar, segundo estudo da Universidade Harvad
Em vez de pão branco, o integral; no lugar de leite magro, o gordo; menos carne vermelha e mais peixe. Substituições que podem ser feitas tranqüilamente no dia-a-dia ajudam a reduzir em até 80% a infertilidade causada por problemas ovulatórios. Quem dá a boa notícia são os médicos especializados em saúde pública Jorge Chavarro, Walter Willet e Patrick Skerret, da Harvard School of Public Health. Eles compilaram no livro The fertility diet, lançado no final de 2007 nos Estados Unidos (sem previsão de ser editado no Brasil), os dados recolhidos ao longo de um estudo com cerca de 19 mil enfermeiras, durante oito anos. "O resultado oferece uma alternativa para que se evitem o stress, a perda de tempo e os gastos com os processos de fertilização. É ainda uma prova de que, em alguns casos, a medicina high tech não é a única solução para quem quer engravidar", afirma Chavarro. A endocrinologista Vânia Assaly, de São Paulo, concorda. "Atitudes simples muitas vezes são menos prezadas pelas pessoas, que partem logo para a fertilização induzida", diz. "Quem controla o que entra pela boca pode ter mais filhos e viver mais", afirma Chavarro. Mas essa dieta não vale para tratar qualquer dificuldade. "O estudo não contempla casos originados por infecções genitais, problemas nas trompas ou com o homem", alerta o ginecologista Dirceu Henrique Mendes Pereira, de São Paulo.
Atitudes que ajudam a engravidar
1. Corte a gordura transIngerir 2% de calorias desse tipo de gordura eleva em mais de 100% os riscos de infertilidade. Ao comprar produtos industrializados, escolha aqueles que levam o selo "livre de trans". O mercado está trocando essa gordura por óleo de palma ou adotando a interesterificação (processo que não origina a gordura trans).
2. Diga sim às gorduras ricas em ômega 3 e 6Consuma azeite, óleo de canola, salmão, sardinha, linhaça e amêndoa. Segundo o médico Dirceu Mendes Pereira, essas gorduras tornam a membrana que envolve o óvulo mais fluida. Isso facilita a penetração do espermatozóide e a saída do embrião, que vai se implantar no útero.
3. Adote carboidratos complexosTroque tudo o que é feito com farinha branca (pão, macarrão, biscoito) pela versão integral, os carboidratos complexos. Segundo o estudo, as mulheres que ingeriam poucos grãos integrais e se deliciavam com arroz branco, batatas e doces (carboidratos simples) tinham 55% mais probabilidade de apresentar a síndrome do ovário policístico, que leva à ovulação irregular.
4. Bote fé no ácido fólicoRico em proteínas e, por isso, um promotor da renovação celular, o ácido fólico é importante desde a fecundação até o fim da gestação, pois ajuda na formação do sistema nervoso do feto. Ele ainda é eficaz na manutenção da gravidez, principalmente nos três primeiros meses, quando o risco de aborto natural é maior. Coma soja, fígado, vegetais verde-escuros (espinafre, agrião) e levedo de cerveja. E fale com seu médico sobre a necessidade de suplementação.
5. Beba leite integral
Troque o desnatado ou semidesnatado pelo integral e, duas vezes por semana, tome 1/2 xícara de sorvete (sem gordura trans). "Pela pesquisa, as mulheres que bebiam leite integral todos os dias tinham 70% menos risco de ter problemas de infertilidade do que as que raramente tomavam a bebida", diz Jorge Chavarro.
6. Consuma ferroA carência do mineral pode dificultar a ovulação. Reforce a dose investindo em alimentos como couve, beterraba e açaí. Converse com seu médico sobre a necessidade da suplementação de ferro. "O estudo mostrou que a suplementação com pelo menos 40 miligramas de ferro reduzia em 40% a possibilidade de a mulher apresentar problemas de infertilidade", informa Chavarro.
7. Tome muito líquidoA hidratação é essencial para todas as reações químicas do corpo, inclusive a fecundação. Tome cerca de 3 litros de água por dia. Mas modere o consumo de café e chá, ricos em cafeína - em média duas xícaras por dia. Álcool, só ocasionalmente, como uma taça de vinho uma vez por semana. Já os refrigerantes devem ser cortados, pois contêm muito açúcar.
8. Controle o pesoSegundo pesquisa feita pela ginecologista Daniella Curi no Hospital das Clínicas de São Paulo, após perderem 3% do peso, 60% das mulheres com sobrepeso apresentaram ciclos ovulatórios normais. "Ter um índice de massa corpórea (IMC) entre 21 e 25 indica boa fertilidade. Mais ou menos do que isso pode afetar a ovulação", diz Vânia Assaly.
9. Diminua o consumo de carne vermelhaSubstituir a proteína animal pela vegetal melhora a ovulação. O estudo americano mostrou que a infertilidade ovulatória era 39% maior em mulheres que consumiam mais proteína animal. Isso não significa abolir a carne do prato, mas reduzir a ingestão para duas vezes por semana e escolher outras fontes de proteína, como peixe, soja e feijão.
10. Adapte o cardápioPequenas alterações no cardápio típico brasileiro também podem aumentar a fertilidade. "Troque o arroz branco pelo integral, reforce a dose de feijão para substituir o valor protéico da carne e adicione à saladas duas nozes ou três castanhas, ricas em óleos do bem", sugere o médico Jorge Chavarro.
Fonte: Nutrição Inteligente
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