Diariamente nos consultórios médicos são prescritos contraceptivos
químicos a mulher. Geralmente sua escolha está motivada na alta eficácia para
se evitar a gravidez, permitindo a mulher se sentir segura e confortável no
cuidado com seu corpo.
Essa decisão quase sempre se dá de forma automática, simplesmente
porque acostumamos com uma
mentalidade contraceptiva. O ciclo menstrual foi reduzido a um mal necessário, levando a mulher a uma superficialidade da vivência da sua capacidade
reprodutora.
Ao mesmo tempo, acompanhamos a multiplicação de
clínicas especializadas em ajudar as mulheres a engravidar, bem como a
movimentação de sites, revistas e redes sociais que produzem conteúdo sobre o
tema. A incoerência de toda essa realidade, se encontra no fato de que a mulher
que anula a sua fertilidade com contraceptivos químicos é a mesma que anos
depois une todos os esforços necessários para conseguir engravidar.
Na tentativa de conceber, as
funções reprodutoras encontram um novo sentido, o amadurecimento do óvulo, a
preparação do útero para abrigar a vida em desenvolvimento, as diferentes fases
do ciclo, passam a ser valorizadas. É como se a mulher fizesse as pazes com a
sua natureza fértil.
A
fertilidade não se reduz ao um único evento fisiológico. O processo de
liberação do óvulo é um mecanismo complexo. Um sistema hormonal altamente
especializado comandará as alterações no corpo feminino, porém estas
modificações não se reduzem aos efeitos físicos e
químicos são também comportamentais. Durante o período fértil, a mulher
inicialmente perceberá mudanças no seu humor, é um "estar de bem com a
vida", a memória, a percepção, o olfato, a disposição mental, e a energia
física se intensificam. A auto-estima se eleva, a mulher torna-se mais confiante
e segura, é motivada inconscientemente a se cuidar e o modo de se vestir se
modifica. O período fértil é um momento de extroversão, de
receptividade, de percepção, favorecendo as relações na família, no trabalho,
no matrimônio. Ou
seja, a fertilidade não é um material de consumo, comprável só no momento da
necessidade, que ora se rejeita e ora se aceita.
Apesar de muitas mulheres acreditarem, que a
condição fértil seja algo impossível, milhares de mulheres ao redor do mundo
tem provado do contrário. Elas aprenderam a administrar a fertilidade, passando
da condição de vítimas do próprio corpo, para protagonistas, e esta sim, é a
condição da verdadeira saúde reprodutiva.
O Método de Ovulação Billings
(MOB), é um método natural para se administrar a fertilidade, longe se ser uma
tabelinha ou algo empírico, este permite a mulher reconhecer o sinal natural da
fertilidade, o muco cervical, que é produzido pelo corpo no tempo que antecede
a ovulação. Este é o sinal mais confiável do período fértil, são 50
anos de pesquisas científicas que o comprovam. O MOB é 99% eficaz para se adiar uma gravidez,
e tem otimizado casais a alcançar uma gestação com sucesso.
A
fertilidade não é um fragmento desconexo da feminilidade ou um mero processo
acidental. Nela está contida a capacidade de ser berço da vida e elo da continuidade da história da humanidade, na mulher
a vida é acolhida e nutrida. Um corpo saudável é fértil, e o conhecimento dos
processos biológicos resgatam o verdadeiro significado de saúde reprodutiva. Se
faz necessário nos tempos atuais, um resgate da estima da fertilidade, já que
está é uma aliada da mulher e não uma inimiga.
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